A competição no mercado de streaming de música está mais acirrada do que nunca, com os gigantes do setor fazendo movimentos estratégicos significativos. Enquanto o Spotify, líder de mercado, anuncia uma nova frente de inovação em inteligência artificial, a Apple Music contra-ataca com um recurso projetado para atrair diretamente os usuários de seus concorrentes.
Spotify Firma Acordos com Grandes Gravadoras para IA
O Spotify, a gigante sueca com mais de 600 milhões de usuários, está adotando uma abordagem diferente na controversa arena da IA. Após dois anos de tensão na indústria musical sobre o uso não autorizado de gravações para treinar sistemas de IA, o Spotify fechou acordos de licenciamento direto com as três maiores gravadoras: Sony Music Entertainment, Universal Music Group e Warner Music Group.
A organização de direitos musicais Merlin e a distribuidora digital Believe também se juntaram ao arranjo. O objetivo é desenvolver ferramentas de criação musical com IA que, segundo a empresa, “colocam artistas e compositores em primeiro lugar” e respeitam seus direitos autorais.
A Promessa de Foco no Artista
A indústria tem visto artistas, de Dua Lipa a Sir Elton John, expressarem preocupação sobre empresas de tecnologia que treinam modelos de IA generativa com seus trabalhos sem permissão ou pagamento. O Spotify afirma que sua iniciativa garantirá que os detentores de direitos sejam “adequadamente compensados” e “transparentemente creditados”.
“A tecnologia deve sempre servir aos artistas, e não o contrário”, disse Alex Norstrom, co-presidente do Spotify, enfatizando que os artistas terão a opção de escolher se querem participar.
Ceticismo do Setor
Apesar das garantias, nem todos estão convencidos. Max Bonanno, da empresa de gerenciamento de artistas MidCitizen Entertainment, disse à BBC que a IA “poluiu o ecossistema criativo”. Ele argumenta que as músicas geradas por IA “diluíram a já limitada parcela de receita que os artistas recebem dos royalties de streaming”.
O Contra-Ataque da Apple Music
Enquanto o Spotify investe na próxima fronteira da criação de conteúdo, a Apple Music foca em um problema imediato: a dificuldade de trocar de serviço. Em um mercado competitivo com players como Tidal, Deezer e Amazon Music, as playlists selecionadas pelos usuários são um dos maiores fatores de retenção. Para muitos, elas são o equivalente moderno das antigas fitas cassete ou CDs gravados.
Novo Recurso Facilita a Transferência de Playlists
A Apple Music lançou recentemente um recurso para eliminar essa barreira. A empresa quer facilitar a transição, ajudando os usuários a trazerem suas músicas consigo. Em vez de recriar manualmente bibliotecas inteiras, a nova ferramenta permite a importação de playlists de outros serviços.
Como Funciona a Migração
A funcionalidade é oferecida através de uma parceria com o serviço SongShift e está sendo implementada gradualmente. Os usuários podem acessá-la fazendo login no music.apple.com em um navegador web, clicando no ícone de perfil e selecionando “Transferir Músicas”, ou através dos menus de configurações nos aplicativos.
Após conceder acesso, o SongShift permite a transferência de playlists de serviços concorrentes, incluindo Amazon Music, Deezer, Spotify, Tidal e YouTube, oferecendo uma desculpa conveniente para quem estava considerando abandonar o Spotify.